quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Um Post que se chamava "Mini Opiniões"...

Finalmente encontrei TEMPO para escrever estas opiniões! Uh-uuuuuhhh!!! Era suposto ser um post pequeno, mas tornou-se gigante, mas não faz mal porque finalmente tive TEMPO para escrevê-lo.


Provavelmente nem se deram conta, mas para quem prometeu partilhar uma opinião num futuro próximo, falhei miseravelmente. Isto soa mal, até mesmo na minha cabeça, mas tenho uma boa razão para este atrasado: A Tese. Esta coisa tem consumido a minha vida de tal forma que chego ao final do dia com o cérebro todo espremido. Tem sido a loucura...a loucura!


Desculpas parvas à parte, resta-me referir que li estes três livros em 2015 e que inicialmente tinha previsto fazer um post pequeno e sucinto, mas tal não aconteceu, por isso preparem-se para ler muito.

A Nossa Canção de Sarah Dessen


Editora: Livros de Seda
Publicado em 2010
Páginas: 380
Idioma: Português


Sinopse: Aos 17 anos, Remy Starr já sabe qual o momento certo para terminar uma relação: imediatamente antes de se envolver a sério. Afinal de contas, o amor não dura para sempre: foi essa a lição que aprendeu com a mãe, uma escritora de best-sellers a caminho do quinto casamento.

Vencedor do prémio de Melhor Livro do Ano da Publishers Weekly e finalista do prémio literário do jornal Los Angeles Times, A Nossa Canção é a história divertidíssima de uma rapariga que não acredita na voz do coração… e do rapaz disposto a provar-lhe que ela existe.




Opinião:

Cada vez que leio a sinopse deste livro, pergunto-me onde é que esta história é "divertidíssima". Tem, como é óbvio, os seus momentos engraçados, mas está longe de ser uma comédia hilariante...
Divagações à parte,  A Nossa Canção foi o primeiro livro que li da Sarah Dessen e o que posso dizer é que, para primeira leitura, não me aqueceu nem me arrefeceu. Foi uma leitura amena por assim dizer, o que não é necessariamente mau. A questão é se voltarei a ler mais alguma coisa da Sarah Dessen no futuro... 

A história gira à volta da Remy Starr, uma miúda que acredita no amor como certos adultos acreditam no Pai Natal. Só a simples ideia a faz torcer o nariz e revirar os olhos em sinal de pura descrença, por isso toma as devidas precauções para não se envolver a sério com ninguém. 


Apesar de gostar de personagens cínicas e cépticas e de todo o processo que as leva a mudar de opinião, ou melhor, que as leva a ter uma atitude mais soft em relação à matéria do amor, não consegui sentir aquela empatia pela Remy e muito se deve à forma como tratou o Dexter em momentos específicos da história. 
O moço não merecia. Especialmente quando o dito cujo fez tudo para que a moça se sentisse bem (e amada). Enfim, faz parte do charme deste tipo de histórias, há sempre aquele momento em que o casal se separa, por razões parvas, para depois se reconciliar no fim. O ponto mais alto deste livro para mim foi, sem dúvida, a banda do Dexter e todos os seus membros e o cão, cujo nome não me lembro, foi há muito tempo que li este livro, estávamos no ano de 2015 quando isso aconteceu... 


Life In Outer Space de Melissa Keil


Editora: Hardie Grant Egmont
Publicado em Fevereiro de 2013
Páginas: 316
Idioma: Inglês


Sinopse (Goodreads): Life in Outer Space is a romantic comedy about a movie geek & the dream girl he refuses to fall in love with. Sam Kinnison is a geek, and he’s totally fine with that. He has his horror movies, his nerdy friends, World of Warcraft – and until Princess Leia turns up in his bedroom, worry about girls he won't. Then Camilla Carter arrives on the scene. She’s beautiful, friendly and completely irrelevant to his plan. Sam is determined to ignore her, except that Camilla has a plan of her own – and he seems to be a part of it! Sam believes that everything he needs to know he can learn from the movies. But perhaps he’s been watching the wrong ones.




Opinião:

Melissa Keil foi talvez a melhor descoberta que fiz em 2015. Uma agradável surpresa que entrou directamente para o meu top de autores de romance contemporâneo preferidos e eu nem chego a ter um top 5 de autores de romance contemporâneo (agora que penso nisso é um pouco triste e caso não tenham reparado, estou a dar-vos uma dica para me sugerirem mais autores/livros interessantes). 
O que posso dizer sobre este livro, por onde começar?

Foi uma alegria e uma satisfação enorme ler esta história. O único defeito deste livro é ser demasiado PEQUENO. 

Life in Outer Space conta a história de Sam, um rapaz que adora cinema e que devora filmes como o Cookie Monster devora bolachas. É um nerd adorável portanto. Um adolescente com uma queda para o dramatismo cómico (já vão perceber porque usei estas duas palavras) e um grande amigo. Sam não é um aluno popular e, como é óbvio, anseia por se ver livre do secundário e ir para a faculdade, onde terá uma oportunidade de recomeçar a sua vida, longe de casa onde ninguém o conhece e onde estará mais perto de realizar o sonho de se tornar guionista (roteirista?) de cinema. 

A sua vida é um loop constante. Sempre a mesma rotina, as mesmas preocupações, até ao dia em que entra a miúda nova - Camilla. Uma miúda que vai pôr termo à monotonia dos seus dias, que vai virar todos os seus planos do avesso e que o vai confundir de formas inimagináveis. 

Quando ele percebe que gosta mesmo da Camilla...Bem... É aqui que entra a parte do dramatismo cómico, porque ele simplesmente não sabe como há-de lidar com a situação e é INCRÍVEL. 


Escusado será dizer o quanto adorei este protagonista. Nunca me revi tanto num personagem como me revi no Sam. Na sua fome de conhecimento, na sua atenção aos pormenores, no uso de citações de certos filmes ou na forma como ele usa referências de filmes na sua própria vida... Mas também nas suas incertezas, na sua insegurança e na forma como ele trata os seus amigos. Faz-me desejar (ardentemente) que ele seja uma pessoa real em vez de um personagem fictício.

Adorei cada momento que passei com estas personagens, o romance lento mas tão gratificante no fim e adorei como a história não cai nos típicos lugares comuns deste género de romance. Foi fácil fazer o filme deste livro na minha cabeça.

Vale a pena.


Every Last Word de Tamara Ireland Stone



Editora: Disney- Hyperion 
Publicado em Junho de 2015
Páginas: 368
Idioma: Inglês


Sinopse (Goodreads): If you could read my mind, you wouldn't be smiling.

Samantha McAllister looks just like the rest of the popular girls in her junior class. But hidden beneath the straightened hair and expertly applied makeup is a secret that her friends would never understand: Sam has Purely-Obsessional OCD and is consumed by a stream of dark thoughts and worries that she can't turn off.


Second-guessing every move, thought, and word makes daily life a struggle, and it doesn't help that her lifelong friends will turn toxic at the first sign of a wrong outfit, wrong lunch, or wrong crush. Yet Sam knows she'd be truly crazy to leave the protection of the most popular girls in school. So when Sam meets Caroline, she has to keep her new friend with a refreshing sense of humor and no style a secret, right up there with Sam's weekly visits to her psychiatrist.

Caroline introduces Sam to Poet's Corner, a hidden room and a tight-knit group of misfits who have been ignored by the school at large. Sam is drawn to them immediately, especially a guitar-playing guy with a talent for verse, and starts to discover a whole new side of herself. Slowly, she begins to feel more "normal" than she ever has as part of the popular crowd . . . until she finds a new reason to question her sanity and all she holds dear.


Opinião:

Every Last Word conta a história de Sam, uma adolescente com OCD (transtorno obsessivo) que tenta diariamente não ser engolida pelos seus próprios pensamentos, especialmente para que estes não levem a melhor em frente das suas amigas - que tanto valorizam as aparências. Sam tem um medo terrível que descubram o seu segredo. Ela pensa que, se deixar de fingir ser uma pessoa "normal", as suas amigas deixem de aceitá-la no seu grupo (um pouco tóxico), condenando-a assim a ficar sozinha. Sem ninguém, sem nenhum lugar para onde ir depois das aulas, sem nenhum grupo aonde possa pertencer. 

Para Sam, a vida podia ser um Verão eterno, a única altura em que se sente menos pressionada. Mas a escola recomeça e com ela voltam os mesmos problemas. Só com a ajuda de uma psiquiatra é que Sam consegue lidar - de modo precário - com o seu fingimento e com o seu transtorno obsessivo. Até ao dia em que descobre um grupo de pessoas - uns autênticos misfits - que se encontram, num lugar secreto na escola, para escrever poesia e a sua vida começa a mudar para melhor, porque com eles, Sam sente-se finalmente livre para ser ela própria.

Mais uma agradável surpresa e outra estreia. Nunca tinha lido um livro que abordasse, em específico, temas como a doença mental e o bullying, e para quem tem um histórico semelhante, esta história tocou-me ao ponto de me fazer chorar e é difícil fazer-me chorar. MAS, não pensem que este é um daqueles livros lamechas à la Nicolas Faíscas. Nada disso. Este não é um drama gratuito, até é bastante leve na sua abordagem, ou seja, trata dos temas com naturalidade e perícia, sem grande alarido, se é que me entendem.

Parte da razão porque gostei tanto desta história deve-se à voz da Sam, que é tão genuína. Nós sofremos com ela, rimos com ela, choramos com ela. Desejamos gritar-lhe aos ouvidos, para que ela siga o caminho lógico e se livre de uma vez por todas daquelas amigas parvas, que tanto lhe fazem mal. Só que lá está: É fácil dizer, difícil é fazer. Eu que o diga.
É realmente difícil encontrar a nossa própria voz, aprender a dizer não ou simplesmente sermos quem somos, porque não queremos ser os maus da fita ou os cromos ou os deslocados, porque isso pode significar não termos amigos. Mas é esta linha de pensamento que é errada e Sam felizmente percebe isso.

Causou-me uma certa aflição ler os momentos em que ela continuava presa a tanto negativismo, porque me revi em tantas coisas, mas também senti uma alegria enorme quando ela se juntou ao Poet's Corner - o grupo de poesia. Nesse lugar mágico, ela conheceu verdadeiros amigos, aqueles que não julgam nem gozam com malícia. Amigos que a encorajaram a não ter medo de ser quem ela é. Infelizmente, esses amigos só não conseguem fazer desaparecer os seus ataques de pânico, os seus pensamentos nocivos. Mas contribuem em muito, para que estes não sejam tão frequentes e tão maus.
Sam não só encontra bons amigos como encontra o amor através do AJ. As coisas não começam propriamente bem entre eles no início (e as razões são muito muito chocantes e tristes), mas o romance desenvolve-se, devagarinho, mas desenvolve-se e É TÃO BOM, porque eles fazem tão bem um ao outro.

Este livro também me fez bem, porque não me fez sentir sozinha. E mais importante, não me permitiu esquecer que os dias bons estão sempre à espreita, nós só temos que lutar por eles.

***

E pronto,está feito. Espero que não vos tenha maçado. Peço desculpa pelo post tão extenso, mas teve de ser. 

Sintam-se à vontade para comentar. Já conheciam estes livros? Digam coisas!  


4 comentários:

  1. Respostas
    1. Ahahah! Também reparei nisso! E é engraçado porque consigo identificar-me com os dois. ;)

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    2. Means "dark" in Avestan. This is the name of a hero in the 11th-century Persian epic the 'Shahnameh'. (http://www.behindthename.com/name/sam-2)

      Faz também lembrar o Senhor dos Anéis e As Cronicas de Gelo e Fogo

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    3. Mas eles não são nada "dark" , embora se metam em cenas "dark"... Ah, os Sam, esse eternos parceiros de aventuras! :D

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